sexta-feira, 10 de maio de 2013


EVANGELHO DA SEMANA


“Plena comunhão com Deus” Lc 24,46-53

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos:
46“Assim está escrito: O Cristo sofrerá e ressuscitará dos mortos ao terceiro dia 47e no seu nome serão anunciados a conversão e o perdão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém.
48Vós sereis testemunhas de tudo isso. 49Eu enviarei sobre vós aquele que meu Pai prometeu. Por isso, permanecei na cidade, até que sejais revestidos da força do alto”.
50Então Jesus levou-os para fora, até perto de Betânia. Ali ergueu as mãos e abençoou-os. 51Enquanto os abençoava, afastou-se deles e foi levado para o céu. 52Eles o adoraram.
Em seguida voltaram para Jerusalém, com grande alegria. 53E estavam sempre no Templo, bendizendo a Deus. 


COMENTO:

A solenidade da ascensão do Senhor fortalece a nossa esperança e tem a função de nos orientar em nossa caminhada cristã. É a solenidade da comunhão plena com Deus e assim também a festa da comunhão plena com os irmãos que seguem Jesus. É momento de olhar para o que realmente é importante para nossa fé, a saber: a união de cristo a Deus, e assim diminuir nossas diferenças mesquinhas entre segmentos religiosos ou pensamentos diferentes.
O Evangelho de hoje é a finalização da narração de Lucas. É o fim da caminhada de Jesus junto a seus discípulos e o início de uma caminhada diferente da Igreja nascente. É a tentativa de conscientizar os seguidores de Jesus da missão que lhes espera. Tudo o que aprenderam com Jesus em vida é retomado e evidenciado. A responsabilidade dos discípulos é testemunhar isso tudo no mundo a começar por Jerusalém.
Jerusalém para o Evangelista Lucas é o ponto de chegada e o ponto de partida de tudo. No Evangelho Jesus faz uma caminhada com os discípulos com o desejo de chegar a Jerusalém que é o lugar do sofrimento, da cruz, mas também do cumprimento da missão. É também de Jerusalém que parte a Evangelização para o resto do mundo como vemos na narrativa dos atos dos apóstolos.
O trecho de hoje no Evangelho é a tomada de consciência disso tudo que todo  o discípulo precisa ter. Sem isso, não há evangelização fecunda, não há Reino de Deus. Jesus sobe definitivamente a Deus e entra no mundo de Deus. É a concretização da fé, da plena comunhão entre o Filho e o Pai. É a realização para todo o discípulo da certeza de um dia também fazer essa comunhão. É isso que vai levar a comunidade a caminhar fortalecida na fé.
A ascensão de Cristo é também nossa ascensão, é isso que nos ensinam os antigos cristãos e é isso que professamos em nosso credo. “ressuscitou e subiu aos céus , está sentado à direita do Pai”. É a fé da Igreja, mas é também a fé que professamos individualmente fortalecendo essa certeza de nossa ascensão.
Santo Agostinho nos ensina: “Assim como Ele ascendeu sem se afastar de nós, nós já estamos ali com Ele, também quando ainda não se tenha realizado em nosso corpo o que nos foi prometido”. Pela fé vivemos antecipadamente a ascensão testemunhando aqui e agora o que nos aguarda. É a vida plena vivida a cada momento de comunhão sendo a comunhão dos homens de fé a mesma comunhão de Jesus com Deus Pai.
Jerusalém é o lugar em que se testemunha o cumprimento da missão de Jesus, a ressurreição. É pois o lugar onde também se começa a testemunhar. Jerusalém aqui não é somente um lugar geográfico para o Evangelista, é o ponto de partida para toda missão. Missão essa que não vai ser cumprida de qualquer jeito, mas com a presença do Espírito Santo.
A força do alto que virá irá fortalecer os discípulos para que testemunhem plenamente a fé. Jesus se afasta dos discípulos mas ao mesmo tempo continua presente pelo Espírito. Cada ato, cada palavra será a continuação do que foi ensinado e a concretização do que espera todos os que tem fé. O Espírito é a força e a ascensão é o motivo que os leva a caminhar até os confins do mundo.
A segunda parte do Evangelho nos mostra Jesus em Betânia abençoando os discípulos e subindo aos céus. Todos se prostravam, mas depois voltavam para Jerusalém. É a separação física dos discípulos, mas a união plena espiritual. Voltam para Jerusalém, para a fonte da fé de todos eles, para a certeza que Jesus cumprira a missão e agora confiava a eles a continuidade da tarefa. Não voltam de qualquer forma, mas com a alegria da certeza de algo grandioso. É isso que  sempre motivou e motiva a Igreja.
Estar continuamente no templo louvando a Deus é estar sempre em oração relembrando o que foi aprendido e fortalecendo a fé para colocar em prática. É essa a dinâmica que a solenidade da ascensão nos oferece. Fortalecer nossa vida na fé e ao mesmo tempo continuar caminhando, evangelizando, amando.
É momento de toda a humanidade olhar para o céu e pela fé perceber Jesus entrando em comunhão com Deus. É momento de todos os cristãos perceberem a grandiosidade do que nos espera e acabar com as diferenças e unir as forças para o cumprimento da missão que Jesus nos deixou. O que nos une - a esperança da ascensão - é mais importante do que nos separa - nossas diferenças. Se entendermos isso teremos motivos de sobra para lutar com alegria por um mundo melhor e valeu a pena celebrar essa solenidade.

Boa semana a todos.
Padre Reginaldo Antonio Ghergolet.

postagem: Lucinéia Martim

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